terça-feira, 19 de maio de 2009

Conheçendo mais o Patchwork


Meu primeiro quilt



Há tempos, o Patchwork imprime beleza e diferentes composições. Os indícios desta técnica apontam para o antigo Egito, quando povos nômades uniam pedaços de lã e peles de animais para proteger o corpo do frio e das tempestades. No Museu do Cairo, pode-se conferir o exemplo mais antigo feito com retalho de tecidos bem-apanhados. A peça data do ano 600 A.C.. Algumas pesquisas mencionam que, no ano 2 A.C. o Patchwork podia ser observado no sul da Sibéria Russa.
Mas, foi com as cruzadas, que alguns países aprenderam sobre a beleza dos tecidos: Pérsia, Síria, Turquia, China e Índia aparecem como outros usuários do antigo Patchwork, que chegou à Europa no período da Idade Média. Ali, a técnica passou a ser usada tanto para produzir mantas quanto para aplicação, cobrindo partes das roupas desgastadas. A junção de retalhos também estava sob as pesadas armaduras de ferro no intuito de proteger o corpo dos cavaleiros nas intrépidas aventuras diárias. Sua função era mais utilitária do que decorativa.



Feitos com camadas de linho, lã, algodão ou seda ricamente bordadas, vestimentas de Patchwork eram usadas por nobres durante o inverno. A nobreza passou a apreciar a aplicação de recortes de tecido nos estandartes e nas bandeiras de regiões e de famílias importantes. Após um curto período, o uso da técnica estendeu-se a tapetes e acolchoados na Inglaterra, na Alemanha, na França e na Itália. É atribuído aos italianos o aperfeiçoamento do acolchoado, num trabalho bem mais elaborado e, com efeito, almofadado. Algo parecido com o atual matelassê.
Durante a colonização da América, famílias inglesas e holandesas que fugiam da perseguição religiosa de seus países, levaram esta arte para o Novo Mundo, expandiram a sua prática, generalizando e popularizando-a nos Estados Unidos. Feitas com retalho de roupas velhas e sobras de lã e algodão, as primeiras peças de Patchwork norte-americanas eram bastante rústicas e forma usada pelos integrantes pelas caravanas do "Velho Oeste", protegendo-os tanto do frio quanto da resistência indígena local, que costumava atacar a população durante sucessivos anos de colonização.



O Patchwork teve importante atuação na socialização das mulheres norte-americanas. Com a rigidez masculina, as mulheres eram incentivadas a fazer trabalhos manuais para que o “ócio” não ocupasse suas mentes. Sem conhecimento de leitura e com raras alternativas sociais, ou iam até a igreja, ou se reuniam para montar colchas para enfeitar o enxoval de jovens prestes a se casar: o fato é que estes encontros freqüentes de quilteiras (quilting bees) viraram tradição praticada até hoje.
Nestas reuniões elas faziam colchas, roupas e cortinas de retalhos de sobras de roupas ou mesmo de roupas velhas, porque não tinham dinheiro nem onde comprar tecidos. Ao invés de costurar os retalhos de qualquer jeito as quilteiras pioneiras planejavam e costuravam formando padrões muito artísticos dando vazão às suas ambições, lembranças, desejos, sentimentos e até mesmo suas posições políticas já que não tinham direito a voto. Naquela época todas as mulheres deveriam fazer 12 quilts antes de se casar (um quilt para cada mês do ano) e só então estariam prontas para o matrimonio.
Para tomar os trabalhos mais interessantes e demorados, elas começaram a criar alternativas de técnicas e funções para as peças. Primeiro aplicou-se tecido sobre tecido. Depois foi dada a largada para transformar o patch um retrato da alma dessas mulheres.



O século XX representou o início de uma nova era com a invenção de máquinas de costura domésticas em 1846,
o patchwork e quilt passou a ser feito tanto à máquina quanto à mão. Após a segunda guerra mundial quando diversas mulheres foram trabalhar em indústrias e no comércio, houve um esquecimento do patchwork e quilt.
Na década de 70 houve um ressurgimento desta antiga técnica, quando foram desenvolvidos diversos acessórios e instrumentos, como réguas e cortadores especiais, que aliados ao uso da máquina de costura deram mais velocidade ao patchwork e quilt permitindo adaptar este trabalho manual ao ritmo de vida corrido do século 20 e 21. A indústria têxtil também passou a desenvolver estampas e cores especiais para o patchwork e quilt o que tornou infinita a paleta de cores e estampas tornando tecidos em uma espécie de tintas e os quilts em verdadeiras obras de arte. Por isso, hoje em dia o patchwork e quilt é considerado mais que um artesanato, é considerado também uma arte.
Existem hoje, nos Estados Unidos, museus e galerias de arte especializadas no Patchwork e Quilt. Durante o Brasil Colonial e Imperial, o patchwork e quilt ficou limitado aos escravos que usavam os retalhos das sobras das roupas de seus senhores assim como roupas velhas para fazer cobertas e roupas. Somente durante a república e com a imigração européia de italianos, alemães e posteriormente ingleses e americanos, o patchwork e quilt passou a ser mais difundido aqui no Brasil.



Nenhum comentário:

Postar um comentário